Aprender técnicas antigas e recentes do processo artesanal de confecção de berimbaus, ensinado por antigos mestres da capoeira, desde a escolha da verga, seu tratamento, raspagem, etc., passando pelo tratamento das cabaças, arames e confecção das presilhas de algodão;
Confeccionar berimbaus completos (incluindo verga, cabaça, baqueta, presilha e arame);
Reconhecer, executar e desenvolver toques tradicionais de berimbau da capoeira, a saber: São Bento Grande de Angola, São Bento Pequeno, Angola, Angola Dobrada, Angolinha, São Bento de Dentro, Banguela, entre outros.
Compreender a musicalidade da capoeira, seus instrumentos e fundamentos, reconhecendo seu processo de modificação ao longo das últimas décadas;
Reconhecer os sons e as funções dos instrumentos disponíveis (atabaque, pandeiro, reco-reco, agogô, berimbaus, triângulo, xequerê, viola, palmas, etc.);
Perceber a figura da cantadora e do cantador de capoeira, sua importância, as entrelinhas do repertório e a improvisação de cantigas;
Participar do processo de composição e improviso de cantigas de capoeira;
Promover a capacitação de possíveis novos artesãos confeccionadores de berimbau, gerando, potencialmente, uma outra fonte de renda.
A primeira parte dessa oficina dedica-se a explicar e explorar os fundamentos dessa arte. Inicialmente, dá-se o processo de escolha da verga, que dependerá do tipo da madeira, das suas características intrínsecas e do tipo de berimbau que se quer construir a partir dela. Posteriormente, passa-se à etapa de tratamento dessa verga, que inclui raspagem, lixação, retirada de nós superficiais, etc. Em seguida, procede-se à confecção das pontas dos berimbaus, onde ficará preso o arame, com círculos de couro batidos. Terminado o tratamento da verga, parte-se para o tratamento das cabaças, que inclui sua escolha (a depender do tipo de berimbau que se pretende criar), sua abertura, limpeza, lixação e perfuração. É necessário, em seguida, confeccionar as presilhas de barbante 6 ou 10, a depender do tipo de presilha desejada (para cabaça ou para arame) e do tipo de berimbau que se objetiva confeccionar. Finalmente, trabalha-se com o arame, desde sua retirada do pneu, até sua raspagem, limpeza, lixação e manipulação para encaixe no berimbau através das presilhas. Esse processo leva cerca de seis horas e é supervisionado a todo instante, pois uma raspagem inadequada de um arame ou verga ou a escolha errada do tamanho da presilha pode comprometer todo o instrumento.
A segunda parte da oficina “Construir para tocar, tocar para aprender – Musicalidade da capoeira e confecção de berimbaus” aborda uma visão ampla e acessível desse complexo elemento dessa arte que tem dança, é jogo, é luta, é música, é ancestralidade. Nela, será visto um pouco da história sua musicalidade, seus instrumentos, toques, afinações e formas - antigas e novas - de explorá-la e aprofundá-la. Utilizando o berimbau recém-construído, os alunos serão estimulados a reconhecer, executar e desenvolver toques tradicionais de berimbau da capoeira, a saber: São Bento Grande de Angola, São Bento Pequeno, Angola, Angola Dobrada, Angolinha, São Bento de Dentro, Banguela, entre outros. Além disso, também será abordada a figura da cantadora e do cantador de capoeira, sua importância, as entrelinhas do repertório, finalizando com a improvisação de cantigas, buscando capacitar os participantes da oficina.