O nome "Ecos de Santo Amaro" tem um significado bastante representativo.
Santo Amaro.
Ali, ecoa (e por isso “Ecos”) uma trindade de lugares fundamentalmente importantes para os seus agentes. Em primeiro lugar, refere-se ao povoado de Santo Amaro, nome que tinha a atual Navegantes por conta da imagem do santo em questão que Dionísio Rodrigues dos Passos, conhecido como “Dedita”, possuía e para a qual a comunidade fazia suas orações, novenas e procissões. Abaixo, há fotos dessa capela em duas fases, sem o sino e com o sino, que mais tarde veio até a caracterizar os moradores de Navegantes. Desde Itajaí, ouvia-se o seu toque, simples: "Dengo, dengo" e de "Dengo-dengo dos Amaro" foram apelidados os moradores do outro lado do rio. Esse nome identificou o povoado do final do século XIX até 1912, quando passou a se chamar Bairro de Navegantes.
O segundo Santo Amaro faz referência a Santo Amaro da Purificação, cidade que fica na região do Recôncavo baiano, possivelmente a terra mãe da capoeira e de várias das manifestações da arte de origem africana existentes no Brasil. A capoeira é a base deste espaço que, embora receba e desenvolva outras manifestações culturais, tem o seu nascimento e sua razão de ser nessa arte brasileira.
A escolha do nome do Espaço Cultural Ecos de Santo Amaro busca, portanto, representar o significado desse local: um lugar onde ecoam, ao mesmo tempo, o povoado de Santo Amaro, origem histórica do solo onde está constituído e a cidade de Santo Amaro da Purificação na Bahia, berço da capoeira e os que estamos presentes hoje, reverberando essas vibrações.
Seu logotipo, um sino, representa essa ideia, a ideia de ecoar. E traz consigo a simbologia também dos "Dengo-dengos", mas também traz uma curiosidade: seu desenho foi copiado dos sinos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, que fica em Santo Amaro, na Bahia.
O cuidado simbólico com a escolha do nome e com todos os elementos – materiais ou não – que compõem o espaço é a base para os trabalhos que são desenvolvidos no local, tendo como referência, entre outros documentos, a Agenda 21 da Cultura, que preconiza “o acesso ao universo cultural e simbólico em todos os momentos da vida, desde a infância à velhice, constitui um elemento fundamental de formação da sensibilidade, da expressividade, da convivência e da construção de cidadania”.
Embora fisicamente tenha sido inaugurado em 2017, ainda sem nome, o Espaço Cultural Ecos de Santo Amaro surge espiritualmente em 2018, durante o 2º Navegando nas Ondas, com Mestre Cabello Caobijubà. Como confraternização, foi feita uma Roda de Samba no local, muito leve, muito divertida e de muito aprendizado.
Foi a frase de Mestre Cabello, que disse, ao terminar, que aquele lugar era um lugar da capoeira, que realmente concretizou a vocação do espaço: um lugar de aprendizado, diversão, compartilhamento e boas experiências; um espaço para a cultura popular. O nome brotou logo em seguida, rápido, como se já estivesse pronto.
O Espaço Cultural Ecos de Santo Amaro é um local de formação, não somente para os seus próprios membros, mas para a comunidade capoeirista e para a comunidade em geral, visto que também desenvolve outras ações, abertas ao público, de incentivo e fomento à cultura.
Um pouquinho do que já foi feito você pode ver clicando aqui!
Ao longo da sua história, várias pessoas fizeram parte deste chão. Atualmente, quem o coordena é Mestre Latino e Bárbara Kristensen (sua companheira e estagiária de capoeira).
Quer conhecer um pouco melhor cada um? Abaixo, o Instagram deles!